O cinema brasileiro está perdendo totalmente sua
credibilidade, seja em revistas, jornais ou guias, a minoria do público e os
críticos, simplesmente, parecem não levar mais em consideração filmes nacionais
apelativos e, ao mesmo tempo, vazios.
A busca pelo lucro e pelo ibope ultrapassou uma necessidade
antiga, senão clichê, do cinema: adentrar cultura e informação à sociedade e,
de fato, entreter o espectador com um humor inteligente. Penso o que um filme
como “Cilada.com” ou “E Aí... Comeu?” acrescentará ao espectador; diálogos
apelativos, cenas de sexo quase explícitas e enredo malfeito são algumas
características desse gênero de filme, cuja maioria de seus comentários após os
créditos são: “É... Engraçadinho”.
Tenta-se conquistar o público pelos níveis mais baixos de
conteúdo, já que a sociedade brasileira, aparentemente, não gosta de refletir
sobre os filmes que vê ou sobre qualquer coisa que faça.
Salvam-se as mais recentes exceções como “Xingu” e “O
Palhaço” consideradas, infelizmente, um fracasso de bilheteria. Por Quê? Porque
não são comédias que apelam para o sexual, são dramas que exigem reflexão e,
como já foi dito, o exercício de “refletir” não é o forte da sociedade
brasileira.
Obviamente, filmes do gênero “comédia-apelativa” são
necessários, em qualquer lugar do mundo, porém, moldar um cinema nacional em
cima de tal gênero não me parece uma ideia muito boa. Fazendo isso, tais
produtores e diretores estariam subestimando uma parcela da população que ainda
busca cultura e diversão nos filmes que vê.
Um desabafo, tô revoltada com o Mazzeo.
Falou, fantasmas.