terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Pequenas coisas que me fazem feliz

- Sentar na janela do metrô.

- O cheiro do óleo de Dendê que parece subir "pelo nariz" depois de comer um prato baiano

- Encarar por 1 minuto, após o término de um filme, a tela do computador, da tevê, ou do cinema em completo silêncio.

- O barulho do meu relógio de corda.

- Quando o refrão de uma música que estou ouvindo enquanto ando coincide com uma porta que se abre ou comigo pisando em um último degrau.

- O modo como as cabeças dos passageiros vão pra frente simultaneamente quando o trem breca.

- "Senti sua falta".

- Fitas de cetim novas para minhas sapatilhas de ponta.

- Risadas "sem som".

- Fazer beatbox com o Google Tradutor.

- Idosos que seguram sua bolsa no metrô quando você está em pé.

- Usar Própolis sem motivo nenhum.

- Aquela caneta que tem três cores.

- Cheiro de spray de cabelo.

- Limpar a caixinha do apontador.

- Conseguir ler meu signo na Tv Minuto do metrô.

- Cartas antigas.

- Relicários novos.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Branca de Neve e o Facebook

Fantasmas do feice, tenho certeza de que vocês já viram essa imagem zanzando no feed de notícias de vocês, certo?



Bom, eu não me considero uma profunda conhecedora do primeiro longa animado da Disney (até porque considero a Branca de Neve a princesa mais sem-graça de todas), mas tenho conhecimento suficiente para alegar que essa imagem, que tenho visto já há uns bons meses, está bem errada.

Acredito que todos conheçam a história da branquela mais querida de todos os tempos: herdeira digna do trono, Branca de Neve é maltratada pela madrasta que julga ser mais bonita do que ela, porém, um dia, enquanto limpava o poço do castelo, Branca de Neve recebe a visita de um Príncipe Encantado de batom chamado Príncipe Encantado e, obviamente, rola um clima medieval, com direito a beijinhos via pombas brancas e juras de amor.
Portanto, vamos ao principal erro desta imagem: mulher bonita e desconhecida.
Pombas brancas! Eles já se conheciam! Cantaram juntos aos olhos invejosos da madrasta e tudo mais.

EIS A PROVA:


Porém, o que mais me incomoda é saber que crianças de 11, 12 anos insistem em compartilhar tal encheção de saco ao invés de se preocuparem em assistir ao filme que marcou a infância de muita gente.
O que está acontecendo com o "felizes para sempre" dessa geração?
Acho que se resume ao #likes4likes, certo?

E quanto ao "resolve beijar e casar, NORMAL", não se esqueçam que se trata de um filme infantil, que retrata uma princesa, da Disney, feito em 1937, acho que pormenores são um tanto desnecessários...

Assistam ao filme, morram de medo da madrasta, cantem com o sete anões e, se quiserem fazer uma reflexão a mais sobre o filme, reflitam sobre a falta de lógica desse fato, e não do amor verdadeiro:

                         

"Achar uma cabana abandonada... Limpá-la"


Seria TOC, ou #instagentileza?
Crianças, o primeiro amor da minha vida foi o Dunga, exercitem isso...
Ou não.
Até mais!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Do caderninho pardo

O curta-metragem do David Lynch havia acabado e um canto breve, porém bonito, de um passarinho amezinou a atmosfera sombria, digna do diretor, que se alastrava pelo quarto.

Ela foi até a janela e lá estava a pequena ave, um simples passarinho urbano, pousada na tela de tecido já carcomida pelo tempo.
O contraste era bonito.
Tirou uma foto.
5,6 likes em dois minutos.
Voltou ao seu computador.
Porém, dessa vez, a cantoria não parava. Ela tentou mudar de cômodo, foi para a sala, para a cozinha, mas a melodia continuava em alto e bom som. Voltou ao seu quarto, abriu a janela novamente na tentativa de localizar a ave, não conseguiu, mas sentiu um vento fresco no rosto, nem parecia inverno.
E assim se deixou ficar por alguns minutos.
A cantoria do pássaro continuava, parecendo convidá-la a sair, o vento continuava soprando e seus olhos conseguiam enxergar beleza até no edifício cor de baunilha, do qual sempre reclamava por estragar a vista do seu quarto.
Decidiu, por fim, sair.
Abandonou Lynch, resgatou seu caderninho pardo e saiu pela porta da frente com três reais.
No elevador, não pode deixar de notar que sua respiração, sempre um pouco constipada, lembrava vagamente o pio de um passarinho, daqueles urbanos.





sexta-feira, 12 de julho de 2013

#Crônica: Concisão e Religião

- Meu Deus, você viu o que aconteceu?
- O que você disse?
- “Você viu o que aconteceu?”
- Não, antes disso...
- “Meu Deus”...
- Você não é ateu?
- Sou, ué.
- Então você não pode falar essa expressão se você não acredita em Deus...
- Mas é uma expressão comum...
- Não interessa, não condiz com a sua descrença.
- E você? Se diz católico, mas nunca vai à Igreja!
- É que eu não tenho muito tempo...
- Então não é católico.
- Sou católico não-praticante.
- Olha, sinceramente... Começo a achar que esses rótulos religiosos exóticos servem como desculpa para evitar o ateísmo.
- O ateísmo é triste, você deve sentir um vazio enorme dentro de você.
- Não sinto. Não preciso de nada que me sustente ou que me dê forças.
- Todos precisamos sentir que somos protegidos 24 horas por dia por um ser superior.
- Um ser superior invisível? Desculpe, não entra na minha cabeça.
- Não quero ser inconveniente, mas e as coisas boas com as quais você é agraciado? Você não pensa em agradecer?
- Não. Penso que tudo que consegui foi com meu esforço, sem a ajuda de uma força maior.
- Estranho, não consigo ficar sem agradecer a Deus nem por um dia...
- “A Fé não dá respostas, só impede perguntas.”
- A Fé é a resposta, em si.
- A Fé é a causa de muitas guerras por esse mundo afora. Se todos fôssemos descrentes, não precisaríamos competir pra ver qual Deus é superior.
- Tem certeza que não está confundindo a igreja com Deus?
- Como assim?
- A religião é feita por homens, por isso é tão imperfeita, mas Deus...
- Foi feito por homens também.
- Discordo.
- Então como ele surgiu? Foi uma auto-fabricação?
- Esse é um dos dogmas de nossa religião...
- Como eu disse, a fé...
- Cuida, é responsável por espalhar o amor de Deus.
- E você acha que o amor de Deus é o mais importante?
- Ele deve vir acima de todas as coisas.
- Pois então, diga isso para uma mãe que acabou de perder o filho adolescente em um assalto, diga isso à menina de 8 anos que viu seu avô morrer e se pergunta todos os dias o motivo de sua morte, diga a um...
- São escolhas de Deus, podem parecer injustas, mas todos nós temos um destino traçado por Ele.
- Acho que concordamos em alguma coisa: karma.
- Exato, é preciso fazer escolhas que se refletirão no futuro...
- É preciso aceitar e respeitar o diferente...
- “É pelas próprias virtudes que se é mais bem castigado.”
- Um religioso citando Nietzsche?
- Veio ao caso, certo? Mas, o que você queria me falar no começo da conversa?
- Antes de tudo isso? Ah, sim. Você viu que o novo Papa é argentino?
- Brincadeira, né. Eles já têm o Messi e agora conseguiram o Papa também...
- Temos o Pelé, pelo menos...
- É, o “Deus do futebol”
- Mas isso não é dizer o nome de Deus em vão?
- ... Mas é algo tão comum de se dizer, né?




 Só uma crônica para alegrar (mais ainda) essa sexta-feira
Prometi que iria atualizar mais o blog nessas férias, mas uma arma branca chamada Cobras Criadas está tomando bastante o meu tempo...
Porém, as férias ainda não acabaram!
Mantenham as esperanças, ou não.
Fui

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Camus na Linha 2 - Verde


O transporte público, agora pago com 3 reais novamente, é tachado como uma das coisas mais clichês da cidade grande.
Não há mais espaço para questionamentos quando se usa o ônibus ou o metrô, mas sim para pequenos cochilos, fones de ouvido, briga por assentos (de preferência, aqueles do lado de alguma janela) e algum eventual problema de funcionamento.

Rotina...

Era mais um sábado pegando o metrô da Linha Verde sentido Vila Madalena:
Tamanduateí - Sacomã - Alto do Ipiranga - Santos-Imigrantes - Chácara Klabin - Ana Rosa e...

E nada, não naquele dia.

Parei de ler meu texto das aulas de teatro e escutei a voz feminina que ecoava no vagão dizendo que aquele trem retornaria  para a Vila Prudente.
"A linha verde tá cada vez pior", pensei comigo mesma e saí do trem.
Mudei de plataforma na estação Ana Rosa e confundi o espaço-tempo: eram tantas pessoas que eu me senti no Brás, às 6 da tarde.
A voz feminina do além voltou e disse: "Devido à presença de usuário na via, todos os trem da Linha Verde estarão circulando com velocidade reduzida."
Eu ouvi diversos "aah", "se ferrar", "será que tem algum ônibus que vai daqui pra Paulista?", "brincadeira..."
Foram quase 20 minutos esperando um trem aparecer. Quando ele finalmente chegou, o caos se instalou, chegando ao nível de "Sé às 6 da tarde".
Quando me vi sentada, pessoas ao meu lado começaram a discutir o que houve.
"Um cara se jogou da plataforma da estação Clínicas e morreu, disseram que ele tá estatelado nos trilhos".
"Que horror".
"E por que não se mata em casa? Fica atrapalhando a vida dos outros...".

Opa! Seria esse o gancho para uma reflexão no transporte público da grande São Paulo?
É, foi.

Ofensa contra Deus, questão de honra ou, minha definição favorita feita por Albert Camus, "grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia."
Seja qual for o termo que o designa, o suicídio sempre fora um assunto extremamente delicado, senão polêmico.
O rapaz do metrô foi uma das 24 pessoas que cometem suicídio por dia, no Brasil.
Porém, chega a ser insensível reduzir esse fato apenas a números...

"Foi só mais um..."

Tirar a própria vida é algo digno de um homem corajoso ou covarde?
Bom, depende de que parte do mundo e em qual época você está.

Na época dos samurais, se um guerreiro cometesse suicídio, ou o chamado seppuku, era respeitado por tentar restaurar sua honra. Ainda no Japão, mas alguns séculos depois, existiram os pilotos suicidas, que usavam capacetes(?), denominados kamikazes, que morriam em combate durante a 1ª Guerra Mundial.

Entretanto, a maioria das religiões desaprovam a ideia. Os cristãos e judeus dizem que se matar é um pecado gravíssimo, os islâmicos alegam que o suicídio é visto como uma descrença em Deus (alguém chama a Al-Qaeda e o Hamas no whatsapp e conte a grande novidade!) e os hindus e budistas também não simpatizam com a prática.

O fatídico "recurso final" pode acontecer por várias razões e só cabe aos passageiros do metrô daquele sábado ensolarado imaginarem o que ocorrera, de fato.

"Tristeza profunda..."
"Drogas, talvez?"
"Perdeu o emprego, aposto..."
"Acho que tinha alguma doença mental..."

Quando desembarquei na estação de sempre, pude ouvir a voz feminina do além uma última vez:
"A circulação de trens foi normalizada"
Isso, para mim, soou quase como: "Chega de existencialismo e volte ao seu texto do teatro".

Só quebrando um pouco o clima obeso do post:



É isso, gente
Minhas férias começaram! Então virão mais posts por aí, para a (in)felicidade de vocês!
Fui-me



domingo, 14 de abril de 2013

Quando nada funciona

E as opiniões se divergem mais uma vez.

O assassinato do universitário Victor Deppman, 19 anos, por um menor de idade, 3 dias atrás, trouxe novamente à tona um antigo assunto: a maioridade penal.
Como a sociedade é efêmera e volúvel, tais assuntos considerados polêmicos têm que ser abordados muito rapidamente antes que fujam do alcance daqueles que acompanham assiduamente a mídia, que nada mais é do que uma renovação constante. 

Portanto, eis minha abordagem:
A sociedade brasileira é definida por mim como "8 ou 80". De um lado, temos os pseudo-reacionários, que querem punições mais severas para criminosos e a diminuição da maioridade penal a todo custo e, do outro lado, temos os utopistas que acreditam que a educação brasileira é capaz de mudar o caráter de um indivíduo.

Minha opinião? Nenhuma das duas visões é válida e eu vou tentar explicar o por quê.

O vice-presidente da república, Michel Temer, deu seu depoimento sobre a situação da maioridade penal e disse: "Li hoje um argumento para reduzir [a maioridade] para 16 anos, mas, e daí, se o sujeito tem 15 anos e meio, e comete um crime, vamos reduzir para 15 anos? Não sei se é por aí a solução", disse. "Talvez seja aquilo que o governo federal está tentando fazer: planos para dar incentivo e amparo aos menores".

Acho que o vice-presidente deve saber melhor do que eu que esses "planos de incentivo e amparo aos menores" estão longe de serem eficazes.
Se temos escolas cujo o prazo para entrega está atrasado a mais de dois anos, se temos a Fundação Casa, para onde o menor de idade que assassinou Victor foi encaminhado, que já atingiu duas vezes o número de menores permitido (ou seja, superlotação), será que teremos um plano de incentivo e desamparo aos menores realmente eficiente?
Somos a 6ª maior economia mundial e estamos em penúltimo lugar, de 40 países analisados, no ranking de qualidade de educação, segundo dados de 2012.

E uma grande ilusão é crer que a educação pode mudar a essência de um indivíduo.
E se o criminoso for diagnosticado com sinais de psicopatia, por exemplo? A Fundação Casa se julgará um órgão impotente nesse aspecto e, nesse caso, o que realmente traria resultados de melhora seria uma internação ou acompanhamento psicológico.

Mas quando, em um país como o Brasil, teremos acompanhamento psicológico para os "meliantes"?
Nunca.

E acredito que a família e os amigos de vítimas de menores de idade, em um momento de tristeza e rancor, dificilmente aceitarão argumentos de que "punição não é a solução! Precisamos de mais educação"
O que essas pessoas procuram é justiça e, em casos mais graves, vingança. E é a partir daí que começa o problema.

A redução da maioridade penal se mostra, também, ineficaz porque a justiça no Brasil é igualmente ineficaz. Se o indivíduo for preso com 16 anos e entrar com alguns recursos na justiça, será solto 2 anos depois e estará livre para cometer mais crimes. 
O sistema carcerário brasileiro está entre os piores do mundo e seria um antro para o adolescente desenvolver um certo "ódio de tudo e de todos" e, pior, desenvolver um contato com o crime organizado bastante presente nas prisões brasileiras, o que não ajudaria em nada na sua recuperação. Além disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente já reserva determinadas penas para o menor infrator, e a principal é a internação em entidades, como a Fundação Casa, por 3 anos.

Portanto, nenhum dos lados funciona porque o nosso país não funciona.
Temos leis que não se cumprem, falta de investimentos em educação, nos presídios, na Fundação Casa e etc.
Tudo se encaminha para uma visão dita como "pessimista", mas que eu julgo como "realista": Diminuição da maioridade penal é imediatismo e a fé na educação como "mudança" é utopia.

Que seja feita a justiça, de uma forma ou de outra, e que o Victor, e muitas outras vítimas de tamanha crueldade, descansem em paz.



sábado, 23 de março de 2013

Calda de menta e sinceridade

O abastecimento do meu vício por café é o Mc Donald's.
Além de ter o expresso mais barato da região compreendida entre as estações Trianon-Masp e Brigadeiro, tem um ambiente agradável e misterioso.
Misterioso porque só é possível acessar o chamado "Mc Café" ou por uma travessa da Paulista, ou por uma discreta escada nos fundos do Mc Donald's, quase uma plataforma 9 3/4 brasileira...

E posso dizer que penei pra achar esse lugar. Perguntei pros funcionários do lugar e eles disseram:
"É uma escada no canto do estabelecimento, moça"

Se fiquei 5 minutos procurando, é pouco.
Até que me deparo com um cartaz gigante dizendo "Não perca essa promoção, expresso por R$ 2,50" (ou algo do tipo) e uma flecha vermelha apontando para a diagonal inferior esquerda.
Se fiquei 5 minutos encarando o cartaz, é pouco.
Enfim, tive a brilhante ideia de olhar "por trás" da parede na qual estava pendurada o cartaz e descobri uma escada de mármore.
Desci as escadas, comprei meu expresso e fui pra faculdade.
E esse foi o início de uma bela história de amor e dependência.

Agora vamos para o acontecimento em si.
Semana passada, descobri alguns trocados a mais no bolso da minha calça. Somei com os trocados que já tinha (em uma das primeiras contas de matemática do ano) e descobri 6 reais.
"Dá pra comprar dois expressos e ainda sobra 1 real pra absolutamente nada" pensei.
Porém, após descer as escadas de mármore da tentação, peguei o cardápio e uma bebida que tinha leite integral, café, chocolate e menta me interessou. E o mais interessante era o preço: 6 reais.

"Moço, quero esse daqui"
"...Um momentinho, moça"
Outro atendente veio falar comigo, fiquei confusa.
"(pigarro) Então, moça, não temos esse que você quer"
"Ah, não?"
"Na verdade, não é que não temos... É que eu não sei fazer..."

E agora, leitor fantasma?
Deveria ter ficado brava pela falta de treinamento que o Mc Donald's dá a seus funcionários ou deveria ter ficado orgulhosa da raça humana pelo atendente ter sido o mais sincero possível?
No fim, fui indiferente.
Dei uma risada meio cor de burro quando foge e paguei 2,50 pelo expresso.
Os outros 3,50 estão guardados, caso queiram saber.

Ainda estou em busca da minha bebida com calda de menta e de melhor preparo do proletariado.
Fui




domingo, 10 de março de 2013

Enfim, saudade

"Não aguento mais essa escola"
"Quero minha faculdade!"
"Não vou usar física na minha vida pra nada, mas que ..."

Essas foram algumas das frases que eu mais pronunciei no ano de 2012.
Eu não via a hora de conhecer o novo, o mundo universitário, estudar coisas que realmente me interessavam...
Então o dia chegou.
E posso dizer que minha faculdade é a melhor. E tenho certeza que meus quatro anos na Cásper serão inesquecíveis.

Porém, isso não me impede de sentir saudades.
Sentir saudades de tudo que eu queria me livrar no ano passado.
Saudade de cada professor, amigo e funcionário da minha escola.
Saudade da nossa interação, da nossa união.

É engraçado ver as pessoas que eu via todo dia seguindo caminhos diferentes.
Seja pra intercâmbios, cursinhos ou faculdades.
É estranho não vê-las mais todos os dias, é estranho não mostrar o caderno de exercícios pros professores, é estranho não separar meu uniforme na noite anterior.

Por isso eu digo: aproveitem, leitores fantasmas colegiais.
E não me entendam mal!
Existe uma vida maravilhosa fora do Ensino Médio, mas cada etapa da vida tem que ser vivida a sua maneira.
Tenho certeza que, daqui a quatro anos, estarei dizendo o quanto vocês devem aproveitar a faculdade.
Enfim, estamos só começando.

Tenho muitas saudades, terceiro ano.
Boa sorte pra gente!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Yoani Sánchez: um troféu e um alvo.


Olá leitores fantasmagóricos.

Hoje vou me aventurar em mais um post cujo tema tem forte relação com a política (nacional e internacional).

Vou confessar que não me atraio por política, pois é bem visível que essa ciência maravilhosa é destruída a cada dia por políticos brasileiros e por seus esquemas de corrupção, dossiês e promessas não cumpridas.
Tenho perdido cada vez mais a fé na política brasileira e posso dizer que não sou favorável a nenhum partido, sou favorável a uma justiça ágil e eficiente.

Mas minha posição política não vem ao caso, hoje eu quero compartilhar a repercussão da visita ao Brasil de Yoani Sánchez, blogueira e jornalista cubana.







Quem acompanha os jornais e revistas, de modo superficial, sabe quem é Yoani Sánchez e o que ela faz: A jornalista é detentora de um blog que condena a ditadura cubana e a falta de liberdade de expressão no país.
Porém, quando o assunto é pesquisado mais profundamente, surgem diversas especulações e teorias como as que apresentarei a seguir:
Yoani já foi acusada de ser uma marionete do governo americano já que ela manteria estreita relação com a diplomacia estadunidense em Cuba, como afirmam alguns,
Yoani também seria financiada pela Sociedade Interamericana de Imprensa e estaria ganhando 6 mil dólares por mês ao prestar “serviços” em seu blog para os Estados Unidos, dentre outras.
Ou seja, Yoani é taxada por muitos como uma oportunista e capitalista de carteirinha.

Sua visita ao Brasil foi bastante conturbada, diversas manifestações impediram-na de falar um pouco mais sobre seu ofício e sobre a vida em seu país às plateias brasileiras.
Mas o que não foi impedido, de fato, foram as diversas atitudes dos direitistas e esquerdistas brasileiros que se mostraram, no mínimo, incoerentes.

Políticos direitistas, como Jair Bolsonaro, homofóbico e ex-militar, ovacionava Yaoni, exibindo-a como um troféu da oposição. Algo totalmente abstruso, visto que Yaoni é uma defensora dos direitos humanos e Bolsonaro já chegou a defender a ditadura militar e as torturas que aconteciam durante o período. É uma ironia uma blogueira que, aparentemente, defende a liberdade de expressão, ser recepcionada por políticos favoráveis à ditadura e à censura dos meios de comunicação.

A atitude incoerente de esquerdistas se revelou através de manifestações pró-regime cubano.
Como é possível uma democracia, como a brasileira, ser usada para defender uma ditadura, como a cubana?
Porque, convenhamos, a pessoa que imagina Cuba como um paraíso, onde o socialismo cumpre seu papel em todos os setores da sociedade, deve parar de ler revistas de turismo e abrir um pouco a cabeça.
Pessoas passam fome em Cuba, há falta de remédios, roupas e o simples ato de pensar é condenado pelo governo.
Governo este que atribui qualquer problema ao embargo econômico que sofre dos Estados Unidos, que é sim ineficaz, mas não é a fonte de todos os males de Cuba.

Se Yaoni é de fato uma marionete dos EUA, se ela recebe salários para atacar o regime cubano, ou pior, mesmo se ela não souber da onde vem o investimento em suas ações, em uma atitude um pouco infantil e positivista, eu me focarei apenas na atividade que ela exerce: A luta pela liberdade de expressão. Eu simpatizo com Yaoni, pois simpatizo com suas ideias.
Queria saber de vocês, leitores fantasmas, o que vocês acham de Yaoni e de tudo que a envolve.

Primeiro post que eu peço a opinião de vocês, então CONTRIBUAM.
Obrigada, hehe.

Dica: Yoani Sánchez estará no Roda Viva, programa da Tv Cultura, nessa segunda-feira às 22:00. Assistam!


Fui-me





Revista Veja

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Crítica Cultural #1: Amor


Sentimento claustrofóbico
Com a presença forte de simbologias e verossimilhanças, o filme “Amor” é o preferido da crítica e forte candidato ao Oscar 2013.







Ao ler sinopses dizendo que o único cenário do filme é um apartamento e que seus protagonistas são um casal de idosos, “Amor” pode não soar muito convidativo, porém, é preciso deixar os pré-julgamentos de lado e conferir essa obra-prima do diretor austríaco Michael Haneke.

A trama se passa em um apartamento charmoso, digno de seus donos, Georges (Jean-Louis Trintignant, 81) e Anne (Emmanuelle Riva, 85), claros apreciadores das artes e música.
Porém, a vida consideravelmente ativa do casal sofre um baque quando Anne tem um derrame.
A partir daí, o amor dos dois começa a ser testado: Anne começa a perder a habilidades como a fala, a capacidade de andar e de se alimentar, perdas essas que acabarão resultando em um desgaste amoroso muito grande para o casal e uma curiosa reflexão sobre a espera da morte para o espectador.

A frase de François Chateubriand “Outrora, a velhice era uma dignidade; hoje, ela é um peso.” Reflete com precisão o que a “melhor idade” se tornou atualmente e o que o filme consegue transmitir muito bem.

Enquanto alguns idosos são freqüentadores assíduos de hospitais e casas de repouso, Anne se recusou a se instalar em um hospital quando sua doença se agravou, deixando toda a responsabilidade nos ombros de Georges que, exausto, contrata duas enfermeiras.
Durante o filme, o casal tenta achar um equilíbrio entre sua dignidade e o “fardo” que Anne considera ser para Georges e sua filha Eva (Isabella Huppert).

O filme se encaminha para um fim inevitável, mas que ainda provoca uma angústia a mais no telespectador, visto que esse filme não é de todo ficcional e ainda reflete a realidade de diversos idosos e suas famílias.

“Amor” mostra que cinema não é só diversão e envolve um sentimento poderoso que, por mais “piegas” que possa parecer, consegue transpor limites e emocionar a todos.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Fantasmas - Parte II


Sonhei e lembro-me vagamente com o quê.
Só sei que caminhava, me sentindo muito leve, até que dei de cara com um estabelecimento, talvez uma loja, com uma placa que dizia "VASNI".

Ao longe, ouço:
"Gente, dá licença, dá licença! Deixa ela sentar!"
Semi-cerrei os olhos e percebi que estava sentada, cercada de olhares femininos e zelosos.
"Qual o seu ponto?" Alguém perguntou.
"Trianon..." Balbuciei.
Finalmente, consigui abrir os olhos inteiramente e percebi que as moças ainda olhavam pra mim.
"Não é melhor você descer no Ana Rosa pra alguém te atender?" Disse uma
"Não, acho que no Ana Rosa não tem atendimento" Disse outra
Meu cérebro ignorou tais conselhos e de minha boca apenas sairam sussuros em negação
Silêncio...
"Eu... Eu desmaiei?"
"Sim, e o seu inconsciente é tão forte que você continuou pendurada na barra"  Disse uma senhora de meia-idade de cabelos longos e pretos.

Inconsciente forte, corpo fraco. Típico.

"Desculpa... Eu... Eu não comi"
Vários "imagina" foram ditos ao mesmo tempo pelas mulheres.
Sentia calor e uma mulher percebeu.
"Toma, prende o cabelo com isso, tira seu casaco".
Aceitei a presilha mas não a usei, ainda um pouco tonta, não conseguia raciocinar direito.
"Obrigada..."
"Tá melhor?"
"Sim, sim..."
"Vai conseguir andar sozinha?"
"Vou, obrigada..."
Naquele momento minha consciência resolveu colaborar.
Percebi que quatro mulheres me ajudaram: a senhora de cabelos pretos, uma moça de óculos que lia um livro em cuja capa estavam sushis ilustrados, outra moça com os cabelos puxados pra trás, que percebi que dormia quando entrei no metrô e que me cedeu seu  lugar e uma mulher de meia-idade, parecia grávida, que estava sentada no assento especial e quando olhei para ela, ela sorriu.
Ou não, não me recordo direito.

Estação Paraíso
A mulher de cabelos longos e pretos desceu, me despedi com um sorriso.

Estação Brigadeiro
A mulher de óculos desceu, mas antes me desejou melhoras, agradeci.

Estação Trianon
Levantei-me e agradeci à mulher com os cabelos puxados para trás, ela respondeu com um "De nada, imagina".

Desci do trem e fui em direção a escada rolante, meu dia nunca havia começado tão mal assim.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Conto: Fantasmas - Parte I

Olá! 
Ao contrário do que vocês estão pensando, leitores fantasmas, o conto a seguir não é uma homenagem a vocês! É apenas um conto que terá mais duas ou três partes, dependendo do meu humor, imaginação e tempo.
Mas enfim, lá vai.



Achei um cantinho no metrô enquanto meu estômago vazio revirava o nada.
"Tome café lá"  Disse a voz autoritária invisível, aquela pousada no ombro esquerdo, com cornos na cabeça, assim que pulei da cama
"Tenho estômago forte" Incrementei em meus pensamentos

Pulo pra dentro do metrô e sinto pontadas no estômago
Ignoro por alguns momentos, mas elas continuam, agora com maior intensidade.
Me segurava, em pé, na barra de ferro quando comecei a suar frio
"Aqui não, aqui não! Não posso vomitar logo aqui"
O metrô não parava de chacoalhar.
E vomitar o quê, afinal? Minha tristeza, minha angústia? Pois era só isso que tomava lugar no meu estômago naquele momento.
O mal-estar não passava
"Acho que vou descer e ir ao banheiro vomitar, então"
Meus dentes começaram a bater incansavelmente

Bati o olho no reflexo da janela do vagão, eu parecia um fantasma.
Translúcida, sem expressão.
"É a pressão" Pensei desesperada "Desmaiar? Nunca desmaiei! Não será aqui... Ai, droga! Não feche os olhos,  não feche os..."
Meu organismo tapou meus ouvidos, senti uma gota de suor escorrer pelo meu rosto, minhas pernas bambearam e a visão escureceu. A última coisa que li foi "Chácara Klabin"
A estação fantasma, ri dentro de mim, quanta ironia...
Perdi os sentidos.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Um mau começo


Um novo ano começa e traz consigo, logo de início, uma tragédia.
Tragédia esta que dá origem a manchetes indignadas, protestos por todo o país e lágrimas de amigos e familiares.
Meu parecer inicial sobre o que houve em Santa Maria, RS, pode parecer insensível, mas posso assegurar que em menos de dois meses, o incêndio da boate Kiss será esquecido pelos brasileiros alheios à tragédia.

Nada confortará os amigos e famílias das vítimas, talvez nem o tempo, porém, a maioria daquelas pessoas que hoje digitam “LUTO” em todas as redes sociais existentes, que postam comentários criticando a falta de segurança das boates pelo Brasil, seguirá, no próximo fim de semana, para um clube noturno e não verificará se o lugar possui saídas de emergência ou extintores de incêndio disponíveis.

É o clássico pensamento: Aconteceu uma “fatalidade” / Que Deus conforte essas famílias/ Ainda bem que isso nunca acontecerá comigo.

Parece que essa última frase causa um bloqueio em nossos pensamentos, e “bloqueio” não corresponde, necessariamente, à “irresponsabilidade”, este pode ser considerado uma crença enorme em um destino livre de imprevistos perigosos, pensamento altamente arriscado.

Algumas providências já começaram a ser tomadas em alguns lugares do Brasil em relação a alvarás, regras de incêndio e fiscalização de boates, mas tais medidas não tiram o sentimento de desconfiança de parte dos brasileiros.
Mas e a outra parte dos brasileiros?
Esta esquecerá o que essa tragédia, apesar de seu caráter macabro, pode nos ensinar.
Esta parte esquecerá essa tragédia como esqueceu esta, esta e tantas outras que já ocorreram no nosso país.

E que fique dito, o incêndio na boate Kiss está longe de ser uma “fatalidade”, o que realmente aconteceu foi uma sucessão de erros, de irresponsabilidades, faltas de estrutura e de fiscalização que agora assombram nosso país.

Mais uma indignação para nossa lista.

Só desejo força a todos os envolvidos direta ou indiretamente na tragédia em Santa Maria.


sábado, 12 de janeiro de 2013

A grande bolha da individualidade virtual

Leitor Fantasma, vou te perguntar algo agora e espero que pense com seu cérebro inexistente e seja sincero consigo mesmo.

Quantas vezes você estava em uma casa com amigos e pelo menos metade deles estava mexendo em algum smartphone ou computador?

Quantas vezes, em um restaurante, você já não se deparou com um casal que, em vez de conversar, tirava foto da comida para postar no instagram?

Quantas vezes, em uma conversa informal, o assunto de repente se esvai e todos os participantes começam a dar "uma olhadinha" no twitter, facebook e etc pelo celular?

É duro aceitar que situações como essas que apresentei sejam consideradas "normais", ou pior, "dignas" de uma era totalmente informatizada cujo objetivo é se conectar com o número máximo de pessoas possível.
Objetivo um tanto incoerente, visto que, logo ao seu lado, pode estar seu amigo que não puxou assunto com você, mas acabou de curtir sua postagem no facebook.

Que a internet revolucionou o modo de como as pessoas se relacionam, todo mundo já está careca de saber.
Se fizermos uma pseudo-linha do tempo organizando as redes sociais mais famosas, poderemos chegar à uma conclusão interessante.

(Eu escrevi "pseudo" porque não colocarei as datas na linha do tempo... )

Essa tal organização ficaria assim:

ICQ - MSN - ORKUT - TWITTER - FACEBOOK

Os dois primeiros itens desse linha já são considerados extintos
Sim, no dia 15 de Março, os dois nem tão mais queridos bonequinhos do MSN deixarão de existir... Clique aqui para mais detalhes.

O Orkut virou a rede social da periferia. Quando se pensa em orkut, vem à cabeça churrasco na laje, foto no espelho com flash e comunidades toscas como "Odeio quem odeia determinada coisa"
Ou seja, uma rede social em extinção.

O twitter já teve dias melhores, apesar de continuar bem quisto dentre as mais famosas redes sociais.
E agora, a sensação do momento (que em minha humilde opinião, se transformará em "orkut" daqui uns 4 anos): O tão adorado facebook.
É uma certa perda de tempo ficar falando sobre o facebook, porque, hoje em dia, quase todas as pessoas nesse Brasil varonil possuem uma conta nessa rede social.
Porém, permitam-me analisar algumas coisas.

Os dois primeiros itens da minha tentativa de linha do tempo tinham como única e exclusiva função, promover a conversação virtual entre as pessoas. Ou seja, podemos dizer que a bolha da individualidade cresce tanto que agora invade até o mundo virtual.
Antes, as pessoas conversavam por msn e icq, hoje em dia curtem fotos e falam da própria vida e da vida alheia.
Os laços virtuais estão se estreitando, seguindo, portanto, o exemplo dos reais.

Porém, temos o outro gume da faca.
Uma rede social, que não é muito famosa no Brasil, é o Skype, que também tem como função promover a conversação virtual e em vídeo entre as pessoas.
Temos o próprio facebook que promove a interação real através de eventos e conversas que podem ser criados no próprio facebook.
Temos essa galera empreendedora que, além de fazer objetos ecológicos que usamos cotidianamente, usam as redes sociais para melhorar a qualidade de vida da população.

I GOT FAITH ON THE INTERNET
E você?

#fui xingar muito no twitter.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Tentativa de metalinguagem

Nunca consegui escrever um texto cujo tema fosse "nostalgia".
Acabo caindo em clichês e o texto fica, dizendo em um português claro, um saco de jiló.

Portanto, nada mais lógico do que começar o ano com um texto metalinguístico sobre:
A DIFICULDADE DE ESCREVER TEXTOS NOSTÁLGICOS SEM CAIR NA MESMICE.

Tadã

Como toda proto-jornalista, resolvi comprar um caderninho no qual pretendo anotar futuras observações que, daqui a alguns anos, serão dignas de receberem o Prêmio Pulitzer. 
Sonhos à parte, toda vez que a inspiração bate à porta, eu anoto alguma coisa e me parece que é só assim que consigo escrever textos...
Quando eu tento forçar a imaginação, meu texto sobre nostalgia termina sendo um relato meloso e entediante sobre a minha vida no ensino médio...

Frustrante.

Sempre escrevo sobre quão bom foi passar 6 anos em um mesmo colégio, conhecendo todas as pessoas dos mais diferentes jeitos e personalidades, ouvindo esporros e piadas de professores, usando um uniforme "wanna be colégio americano"... Enfim, clichês, clichês e mais clichês (Além disso, já tenho posts nostálgicos no blog...)
Acho que minha imaginação não sabe trabalhar sob pressão e isso é um problema.

Por exemplo, nesse exato momento empaquei no texto. Não sei como continuar a minha linha de raciocínio...
Devo mudá-la? Devo continuar resmungando? Será que faço um diálogo idiota igual a tantos que fiz nesses dois anos de produtodoacaso?

Minha vontade é de apagar todo esse texto, mas vou pensar mais um pouco em como terminá-lo.

Já pensei e cheguei a conclusão que nostalgia é algo muito complicado. Escrever sobre alguma coisa que envolve uma quantidade tão grande de sentimentos é uma prova de fogo... O autocontrole do escritor deve estar em um nível máximo para que o texto fique bom.

E eu estou exercitando isso.
Um dia eu chego lá.
Feliz Ano-Novo, leitores fantasmas fiéis

#fui