domingo, 7 de dezembro de 2014

Cor de Chuva

Estava começando a acreditar que não iria escrever um texto pluvioso neste ano de 2014, mas eis que alguns pés d’água vieram dar o ar de sua graça nas últimas semanas e, com eles, guarda-chuvas de todos os tipos foram abertos novamente.
Apesar de ser uma cidade cinza, São Paulo e seus habitantes sempre dão um jeito para deixar a cidade colorida, seja com grafites, projeções, enfeites e derivados. Porém, o que pode ser descrita como uma verdadeira paleta de cores acidental é quando há diversos guarda-chuvas na linha do horizonte.
Apesar de ser uma bonita visão, chega a ser um pouco desesperador. As calçadas são largas, mas são tantos guarda-chuvas dividindo um mesmo espaço que, às vezes, trombadas são inevitáveis. Eu, por exemplo, não sei o que fazer nessas situações. Quando estou prestes a passar no meio de dois guarda-chuvas em alta velocidade, normalmente, levanto o meu próprio para evitar colisões. O problema é quando as duas pessoas que estão passando do meu lado decidem fazer o mesmo, o que resulta em atrito molhado. E quando a trombada é inevitável, os dois, ou mais, guarda-chuvas, se possuírem uma base um tanto bamba, viram verdadeiros carrosséis de goteiras que molham tudo e todos ao redor. E a situação não é melhor quando se encontram só você e seu guarda-chuva. Aguaceiros que caem em diagonal e ventos fortes parecem anular os poderes da sua sombrinha, você quase consegue ouvi-la dizendo: “Desculpe, eu falhei”.
Porém, que continue havendo muitas trombadas, canelas molhadas e ventanias que viram do avesso cabelos e guarda-chuvas, só assim teremos mais cores e garoas acidentais.



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